quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

TÊNIS - REVENDO RAPIDAMENTE 2008

Não tenho capacitação técnica alguma para ser um grande entendido de tênis. Mas é óbvio que o esporte como um todo (e não apenas o tênis) não existe unicamente para técnicos e especialistas: ele existe para os fãs, ou seja, os torcedores, os quais são a razão de sua importância (alguém já imaginou um Campeonato Brasileiro sem a emoção e a festa quase dionísica das torcidas? nem eu!). Então, falo como leigo, levado mais pelos sentimentos que pelas razões técnicas fundamentadas. O ano tenístico de 2008 foi surpreendente: começou como a antevisão da consagração final de Federer, que contava os dias para se celebrizar como o maior ganhador de Grand Slams da história profissional, mas o que se viu foi uma avanço do touro Nadal, em um nível que só os maiores fãs do tenista espanhol sonhavam. Dois jogos entre as duas feras, em particular, foram paradigmáticos. O primeiro deles foi o anticlímax da final de Roland Garros, onde um Nadal visivelmente desconcertado com o inusitado da situação simplesmente (para usar um termo brando...) humilhou um Federar tão dominado e apático que sequer pareceu constrangido (será que ele já se acomodou com a “síndrome de Sampras” de nunca ganhar o Aberto da França, única falta na sua surpreendente carreira?). Se vocês acham que estou pintando cores fortes demais, basta relembrar o placar daquela partida: 6/1, 6/3 e 6/0 - isso mesmo: um massacrante “pneu” no terceiro e último set. O segundo jogo, final de Wimbledom, foi o clímax do ano, um épico que só acabou já de noite, no qual Nadal começou ganhando dois sets, perdeu outros dois, e tudo foi decidido no quinto e derradeiro set. E, contra todas as previsões fundamentadas, Federer perdeu onde menos se esperava, justamente quando poderia se tornar um inédito hexacampeão em anos seguidos do torneiro. Salvou seu “fraco” ano ganhando o US Open. Essa rivalidade, dando seqüência aos anos imediatamente anteriores, pontuou todo o ano de 2008 - rivalidade muito saudável para o esporte e para a vida, pois, na verdade (cada qual a seu modo), são dois grandes “gentlemen”, dentro e fora da quadra. Essa polarização se reproduziu nos números do ranking, que começou com Federer na ponta, continuando sua seqüência recorde de semanas, e inverteu-se com Nadal, após três anos de espera na ante-sala (um recorde de permanência na segunda colocação), assumindo o ranking. Só dois fatos - que não podem ser subestimados - evitaram o total monopólio desses líderes: 1) Novak Djokovic, que começou muito bem o ano, ganhando seu primeiro Grand Slam na Austrália - além de ganhar dois Master Series no primeiro semestre - mas que, afora o título no Masters Masculino no final do ano, decepcionou no restante da temporada; 2) o surpreendente e inequívoco progresso, tanto físico quanto tático, de Andy Murray, que após um morno primeiro semestre, a partir de agosto deslanchou e por pouco também não ganha seu primeiro Slam (foi derrotado pela fenix-Federer, que mais do que nunca precisava de um resultado convincente). Logo vou fazer um post comentando minhas expectativas para o Australian Open, que está para começar. Sobre o tênis feminino, pouco têm-se a falar. Com a instabilidade das irmãs Williams e a aposentadoria de Henin, restou um vácuo quase absoluto, abstração feita aos atrativos físicos de algumas tenistas. Bons tempos aqueles da “verdadeira” (= anterior ao atentado) Monica Seles, da qual fui um ardoroso fã. Em tempo: minhas fontes quase diárias de informação sobre tênis são http://www.tenisbrasil.com.br/ e http://www.tenisnews.com.br/ , dos quais indico, além das notícias, as colunas de Dalcin (tenisbrasil) e Gazallas (tenisnews) - além do Paulo Cleto (colunistas.ig.com.br/paulocleto).

Federer (esq.) e Nadal (dir.) , já de noite, tiram fotos com os troféus de vice-campeão e campeão logo após o encerramento da final de Wimbledom 2008: esse jogo foi o momento-chave da passagem do bastão de primeiro do ranking.

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