sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

O CONTO DO PERU DE NATAL

.
História verídica ocorrida com uma finada conhecida minha. Era uma pessoa muito enérgica, despachada e extremamente sociável, tendo por volta de sessenta e tantos anos na época desses acontecimentos.
Morava no Rio de Janeiro, numa cobertura triplex em plena Avenida Atlântica e, embora fosse uma pessoa de trato simples e sem afetações, tinha um lema na vida: "se precisar resolver um problema e te disserem que não tem jeito, fale com o chefão que ele arruma um".
O fato ocorreu num Natal dos anos 80, que ela ia passar em casa, com alguns familiares íntimos, sem fazer nenhuma grande ceia. Mas foi avisada, na undécima hora, que receberia alguns amigos.
Resultado: saiu na vespertina do dia 24 em busca de um peru de Natal para reforçar a até então minimalista ceia.
Não encontrou a iguaria no hipermercado mais próximo e, fiel ao seu lema, pergunta à mocinha do caixa quem era o gerente. Ela, de longe, aponta um homem no final do corredor.
Esbaforida, vai até lá e, num rompante, já vai desesperadamente perguntando ao gerente:
"Por acaso o sr. tem um peru bem grande?"
O homem fica cor-de-vinho. Mal teve reação. Ela logo "percebe" que disse algo errado...
Nesse momento, chega a moça do caixa, correndo: "Não minha senhora, o gerente é aquele homem ali do lado".
Nossa protagonista não tinha o que falar nessa situação. Disse que sentiu como se estivesse com uma faixa na testa, com o seguinte escrito em letras garrafais: "velha tarada".
Saiu de fininho e foi em busca do verdadeiro gerente. Mas desta vez deixou bem claro que queria fazer uma ceia de última hora e precisa de um peru de Natal, fique-se bem entendido.