sexta-feira, 20 de março de 2009

O LAMENTO DA LAVADEIRA... TODOS QUEREM SEU TANQUINHO!

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(Essse post é apenas uma introdução bem humorada ao tema. Na continuação do assunto, vou falar mais especificamente dos fatores que realmente importam no condicionamento físico abdominal)


Independentemente dos interesses pessoais de cada pessoa que se dispõe a malhar duro durante horas, de cada dez frequentadores assíduos de academia, onze certamente estão preocupados com os músculos abdominais. Ou melhor dizendo: tentam fugir, como o diabo da cruz, da popular “barriguinha” e buscam, esperançosamente, o famoso “tanquinho” (leia-se: barriga com músculos exercitados, sem nenhuma cobertura de gordura, com aquele visual de “gomos” espalhadas por toda região abdominal).

Claro que ter preocupação com a saúde, boa forma - e mesmo com a aparência física - é saudável. Desde que os limites do bom senso sejam respeitados, fato que, muito mais vezes do que se imagina, não ocorre. Assim, vemos verdadeiros contingentes de desesperados com essa ânsia de um objetivo às vezes inalcançável. Por obra de uma coincidência de ocorrências na virada do ano, apelido essa “síndrome de barriga perfeita” (ou também “barriga-negativa” ou “não-barriga”, como queira chamar) de “lamento das lavadeiras” - que são aquelas pessoas que buscam ardorosamente o seu “tanquinho” e, na sua falta, lamentam-se clamorosamente.

Explico de onde vem a "associação indébita":

No período da passagem do ano, após testemunhar várias cenas curiosas de freqüentadores da minha academia se matando para conseguir efeitos abdominais apreciáveis ainda a tempo do então vindouro carnaval de 2009, coincidentemente, passei um bom período ouvindo intensamente os três primeiros álbuns da Marisa Monte, que há tempos não tocava na minha “vitrola” (força de expressão, pessoal: vitrola é coisa que não existe mais, virou peça de museu).

Pois bem, lá no segundo álbum da Marisa (“MAIS”) está um pout-pourri que ela fez com duas péloras da nossa música: “Lamento da Lavadeira” (Monsueto / Nilo Chagão / João Violão) e “Ensaboa” (Cartola).


Na primeira dessas músicas, parte da letra canta em alto e bom som:

Sabão pedacinho assim
Olha água um pinguinho assim
O tanque um tanquinho assim
A roupa um tantão assim


Troque “sabão” por “espaço na academia”, “água” por “resultado” e “roupa” por “esforço” (note que a palavra “tanquinho” só precisa mudar de sentido...). Complementando a brincadeira, basta trocar o verbo “ensaboar” por malhar” no trecho da música de Cartola:

Ensaboa mulata ensaboa
Ensaboa, tô ensaboando


Pronto. Essa curiosa junção de músicas se transforma num verdadeiro manifesto antropológico da sofrida busca pelo idealizado abdome olímpico (aqueles com traços perfeitos que se vê nas estátuas gregas remanescentes da antiguidade).
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Nesse caso todo, não estou querendo ser um crítico a todo custo. Todo mundo acha uma barriga torneada legal e geralmente ela é sinal de um estilo de vida saudável. Estou apenas querendo chamar a atenção para o exagero e a futilidade desnecessária, que muitas vezes se tornam um sacrifício em vão.

Por fim, como me referi na observação prévia a este texto, vou comentar num post próximo a respeito do que realmente importa para uma barriga saudável e quais os fatores que podem favorecer ou desfavorecer cada pessoa nesse quesito - desanuviando mitos e valorizando o bom senso aplicado ao assunto.
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Se o esforço for em vão... rir é o melhor remédio!

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